"A tradução literal da prática do feng-shui significa "vento-água". Neste vento-água (chuva?) contra acidentes, Marcus Cardoso nos apresenta a sua obra dividida em três partes: 'espetacularmente ínfimo', 'meu coração é um campo ao sul de portugal' e 'se a última baleia pelo menos me ouvisse'.
Na primeira, caminhamos junto ao poeta pelos cômodos: cozinha, escritório, quarto, sala. Somos ambientalizados pelos post-its em guerra, pelas palhetas perdidas, maçanetas carentes e manchas de café.
Às seis, numa sacada, adentramos a segunda parte e somos atingidos pelo sentimentalismo poético que, ora, este é um livro de poesia, e aqui, então, temos o excerto do que é mais intenso e sincero do autor enquanto experiente-romântico da vida.
Como se pudéssemos ouvir os mamíferos, a terceira parte cai como uma luva e, ainda, como o sonho máximo de um fósforo, incendeia toda a construção da narrativa e costura, veda, solda, cola, satura, e nos dá um banho de água fria mesmo estando debaixo d'água.
Marcus Cardoso escreve como quem faz uma poesia cortante, afiada, pontiaguda, que ao mesmo tempo em que a fatia, protege." (Alex Zani)
Sobre o autor: Marcus Cardoso é poeta quando coloca poemas nas revistas mormaço, mallamargens, toró, trama, ruído manifesto, entre outras. continua poeta quando mergulha no palco como @estereticente. segue poeta enquanto media oficinas como arte-educador. ainda é poeta ao voltar para Ribeirão Pires. já era poeta quando se graduou em história pela Fundação Santo André. como poeta, feng-shui contra acidentes é seu primeiro livro publicado.
